49 primaveras!

Em que estado está o Sr. Paulo? Conservado em formol (sic), mas depois de algumas primaveras e madureza, existem outras perguntinhas mais importantes…

“Quem sou eu?”, “De onde vim?”, “Para onde vou?”… Perguntas de uma vida… Talvez eu acrescentasse mais uma: “O que eu vim fazer aqui?”… Sei lá…

Tecnicamente, eu deveria apenas me pronunciar as 13 horas, horário de Brasília, de amanhã (ou já hoje), mas como o dia foi de enorme reflexão, resolvi botar a culpa da antecipação nessas quatro perguntas que me fiz o domingo (24/09) inteiro.

Oficialmente meu ‘passaporte’ foi carimbado na Maternidade Santo Antonio do Tucuruvi, na zona Norte de São Paulo numa quarta-feira do mês de setembro, dia 25. Segundo as histórias que minha Mãe e minha Avó contavam, eu ganhei a Terra depois de uma gravidez complicada onde dei muito trabalho dentro da barriga da mamãe… Terceira tentativa de gerar um filho, terceira chance para ‘EU’ cumprir o que prometera. Havia uma questão meio que velada nessas histórias, a de que minha mãe queria um menino e meu pai uma menina… 1968, numa maternidade de bairro, ultra som talvez não fosse moda, sei lá, só sei que sempre houve essa névoa nesse pormenor e como em todo caso nebuloso a providência ou as escolhas que fiz me fizeram chegar tanto um quanto outro… Histórias, perguntas… Cada um tem sua sequência, sua história e nesse livro grande, repleto de páginas em branco, aqui vou eu escrevendo mais um capítulo; o de número 49; no século 21 deste planetinha azul. Claro que tenho a minha própria sequencia, escolhida talvez por intuição ou por livre escolha de ‘facilidade’ de resposta… Assim enumero…

De onde vim? Não sei ou ‘não me lembro’, pra ser mais apropriado. Certamente de um descanso merecido, onde paguei algumas penitências ou refleti sobre a ultima passagem na Terra… Sim das certezas que tenho é que foi daqui que parti, para retornar, simples assim… Cada qual crê naquilo que melhor lhe convém e as crenças que adquiri aqui certamente já me acompanham a muito tempo…

O que vim fazer aqui? Haaa isso já sei! Eu vim para mais do mesmo! Sim, mais trabalho para o mesmo fim… Quando falo de fim, não falo de finitude, morte ou outras coisas de ‘fim de papo, acabou’. Falo de finalidade. Voltei para dar continuidade, para experimentar novamente as oportunidade de ‘virar gente grande’, dando cabeçadas, bobeando e por que não acertando algumas coisas. Outra certeza que já tenho é de que não acertarei a maioria das coisas, mas nas poucas que acertar o alvo, ficarei menos ‘criança’.

Para onde vou? Mais uma certeza… Voltarei de onde vim, talvez numa acomodação mais boazinha e confortável ou para o mesmo ‘quartinho’ ou quem sabe ainda para um cafofo mais modesto… Não sei como eu voltarei, sei apenas que voltarei e farei novos planos e novas promessas. Eu farei novamente a lição de casa, farei tudo acontecer novamente e se for um bom ‘sujeito’ tornarei a voltar não me importando quando…

Quem sou eu? Não tenho respostas ainda; mesmo que sejam obvias, não consigo responder… Talvez seja essa minha tarefa aqui, talvez seja esse o ponto que me fez voltar e hoje em dia; quem sabe; seja o ‘X’ de eu partir e voltar, partir e voltar… Eu não sei quantas vezes fiz essa caminho, aqui nessa ‘casca’ não me dei o luxo saber, mas um dia desses (espero que muitos dias ainda) eu lembro e se hoje eu tenho um livro com só 49 páginas escritas, noutro lugar tenho uma biblioteca razoável me esperando.

Tecnicamente, hoje 25 de Setembro, eu fico mais velho e isso talvez já seja, um dos meus maiores acertos nessa vida!

Que venha os 50!

 

 

Escolhas…

Eu não escolhi ser molestado aos 6 anos mas escolhi ser homossexual. Escolhi botar na anti sala da anti sala do arquivo morto da minha memória essas lembranças, deixa las mofar trancafiadas… Eu escolhi estar aqui, nessa época, nesse país, mas não escolhi a opção ‘ficar calado’. Eu escolhi a turma que nos governou e governa na data de hoje mas também escolhi rever meus pensamentos e bater o martelo de que minhas opiniões nem sempre estão corretas.

Eu escolhi coisas e parafraseando um blogueiro que acompanho, eu escolhi ser o libriano voador, onipotente em minha armadura auro-rubra que dar passagem ao ascendente caprino dando com a cabeça em pedras…

Eu escolhi desafiar o tempo, engana lo o máximo possível mas não escolhi ser mais que ele. Escolhi correr atrás dos homens errados enquanto buscava nos contatinhos os certos… Eu escolhi gostar de música e escolhi que seria de um ‘velho’ gay minha devoção maior mas não escolhi ser incapaz de cantar como ele… Eu não escolhi ser bom de cantar músicas estranhas e velhas quando gostaria de cantar como o Elton John…

Eu escolhi largar coisas pelo caminho, escolhi entrar em muitos lugares, escolhi um dia me drogar e escolhi que deveria sim largar. Eu escolhi ser estranho…

Escolhi que teria poucos amigos mas não escolhi quais seriam. Eu escolhi a família em que iria chegar, escolhi principalmente a minha mãe mas não escolhi seguir sem ela pois isso já estava nas letras miúdas do contrato. Certas coisas eu sei de longa data que não tenho escolha.

Pois é eu escolhi iniciar esta noite escrevendo e ouvindo eu mesmo cantar no som da sala enquanto escolho cada palavra pra por aqui.

Quando escolhi ser um libriano voador escolhi também que saberia o que fazer com minhas escolhas, mesmo que a audiência não queira muito saber disso, mesmo que pra quem eu canto hoje (ele) saber que sua vida mudará muito dentro em breve seja apenas uma benção atendida por Deus.

Pra ele escolhi cantar essa hoje: ‘Will you still love tomorow‘… Escolhi a dedo só não escolhi colocar aqui a versão com minha própria voz simplesmente por que escolhi doa la a ele como a escolha que fiz em abrir minhas asas…

Escolhi coisas pra cacete…

“Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”. Pablo Neruda

Fúria.

Entrou Setembro… ahhhhhhhh… mais 25 dias de inferno astral. A julgar pelos primeiros seis dias dessa ‘epopeia’ já vou ficar esperto pois haja cigarros, scoths caubói e muita chatisse para suportar este ser. Sim, estou insuportável nesses dias mas esta fúria não é uma novata.  Todo libriano típico já deveria estar acostumado com esta ocasião; eu já nem compro mais roupa nova para o baile; porém nunca será fácil de acostumar de fato. Acordamos tristes e irritados, passamos o dia carrancudos e bufando, salvo momentos como este, em que escrevo até querendo fazer graça, os dias são um saco. Não sei se TPM é assim, escolhi ser garoto, mas não pagaria pra saber.

Tudo parece pobre e ridículo aos nossos olhos, principalmente nós mesmos… Eu sou do tipo furioso, espanta quarteirão, grito comigo mesmo, xingo até a minha 10 geração (como não deixarei prole pra perpetuar meu nome, talvez eu esbraveje com minha próxima encarnação). Os dias se arrastam e quando chega o sono, tudo continua lá no além, vou brigar até noutra dimensão…

Inferno astral não é mole e o pior disso tudo é que nem no dia do meu aniversário vou ter sossego… Eu não suporto o dia do meu aniversário, não se trata de ingratidão à vida mas uma pura falta de sintonia nesse dia. Talvez, se há um dia onde eu sou totalmente constrangido, por tudo e todos é o 25 de Setembro de cada ano… Não vou falar que nesses quase 50 de vida todos foram um porre, não posso pois acho que só me dei conta disso nos últimos 35… Antes não lembro.

Sim, eu sinto me furioso nesses dias, mas não um caso de internação ou até mesmo prisão, os outros são imunes, o alvo sempre sou eu mesmo. Parece um vulcão que entra em erupção a cada minuto, um ser de magnitude gigantesca que abre seus bração e tenta derrubar tudo (no caso os meus 1,88m de magreza). As vezes é incontrolável e acabo me ferindo (n’alma).

O ultimo conselho que recebi a esse respeito não foi elegante… “Você precisa é de r***” (sim é isso mesmo que você pensou)… mas, preferi direcionar meu olhar mortificante e rir internamente (concordando)…

Pra finalizar tenho que dizer que o mais chato dessa história toda é que ser chato é uma chatisse! Haja saco.

 

 

 

Falta lhe coisa melhor pra fazer? CANTE!

Minha mãe tinha uma voz linda, cantava muito bem mas não suportava ser vista cantando… Cresci rodeado pelo gosto musical dela, herdei muitos deles, maior parte dos LPs e o gosto por cantar. Sou bem diferente de minha mãe, ela uma ariana típica e eu um libriano do primeiro dia do decanato… Tiros, porrada e bombas kkkkkk

Embora eu tenha ido por outras vertentes, muito daquilo que eu ouvia quando criança esta impregnado no meu gosto. Eu consigo e curto cantar facilmente uma das musicas da Ângela Maria, musa máxima da minha mãe, tinha o Calby Peixoto, o Nelson Gonçalves, o Altemar Dutra, a Maysa… Hoje em dia, quando preciso beber da fonte, lá vou eu exaltar um destes.

Hoje vim aqui para escrever isso por que ontem eu fui questionado se eu não tinha nada de mais útil a fazer em casa que ficar conectado a um aplicativo: CANTANDO… Juro que pensei muito antes de responder, acabei nem respondendo mas bateu o sentimento de dizer na lata que melhor isso do que ficar num sofá, vendo novela enquanto a amargura rumina no estômago logo depois a janta… Grosseiro? Sim eu até seria, mas quem perguntou tem a intimidade suficiente para me dizer depois um : ‘Isso aee’ e não levar ao pé da letra librianos marrentos.

Eu canto para desentalar os sapos da garganta, para jogar energias no ar, para focar, para seduzir, para brincar, pra tanta coisa que se eu ficar aqui enumerando será chato. Tenho descoberto que cantar soa como uma oração sem santo, como um clamor, como uma prece. Para o Paulo, isso tem feito muita diferença.

Para deixar aqui como são esses momentos veja o vídeo que coloco aqui… Um Paulo inflando o ego, deixando a Ângela Maria brotar ou melhor o Malcolm Roberts (Quem?? Pesquise! kkkk) falar mais alto.

The love is all – Malcolm Roberts por Paulo Franco

Ontem eu dormi sem sapos entalados na garganta!

Música eleva a alma!

“Quem canta seus males espanta” diriam os sábios… Verdade! Quem nunca encontrou abrigo nuns ‘lá lá lás’ não sabe o que esta perdendo. Em tempos de internet farta e tantas opções para passar o tempo, este que vos escreve encontrou uma das mais simples e porém complicadas forma de animar seu ócio: cantar. Cantar liberta e isso muita gente sabe, cantarolando uma musica aqui outra ali. Fã que é fã sabe de cór e salteado as músicas do seu ídolo (mesmo que não tenha ‘a voz’) e as canta, mesmo sem intenção de mitar. Já a alguns meses eu baixei um app de karaokê pro meu celular. Oportunidade de cantar muitas músicas que eu sempre quis ou de tornar a cantar as velhas músicas de repertório de karaokê… Pois bem, viciei e minhas noites já não são como antes. Que besteira né? NÃO. Cantando meus males espanto. Curtindo arranjos, fazendo duetos, inventando estilos, obsessivo as vezes em encontrar o tom maneiro ou perfeito, vou me divertindo e interagindo… Seguindo e sendo seguido, 5 minutos de fama e tals… A sacada disso tudo (pelo menos pra mim) é que o fã começa a vagar sem seu ídolo (no meu caso Elton John) e vai se aventurar numa mistureba de estilos e sons. Acabei descobrindo que sei cantar músicas pra caramba e em todas elas há algo que me deixa bem. Cabe aqui recomendar a vocês este app, caso não conheçam, é o SMULE. Baixem ou não, tenham voz ou não o importante é que se vocês estiverem a fim de se divertirem e ainda ‘pagar’ de cantores, como eu, vão fundo! Na foto vai o QR para vocês xeretarem o que eu ando cantando lá nas bandas do SMULE.

The Smule Sessions cover 2 2017

Música não tem idade e é nessa que eu vou repetindo pra mim mesmo toda boa música que canto: TE CUIDA SUSAN BOYLE!

O frágil joguinho dos machos.

Nesta ultima quarta-feira pipocou pela internet um vídeo vazado de cenas de masturbação coletiva num vestiário da vida… Tudo bem, seria mais um porno desses que circula aos montes pelo Whatsapp, seria mais um na multidão… Pois é, seria, se não fosse vazamento de dentro dos porões do sacro-santo-macho FUTEBOL. Um centenário porém inexpressivo clube do Rio Grande do Sul movimentou opiniões por ter punido, 3 jogadores, filmados nesse ato… Tudo bem, os cidadãos convivem bem com ‘peripécias’ dentro de seus celulares, mas no futebol não, mil vezes não. O clube alegou não ter qualquer preconceito, alegou que de homofobia nada existia, que da vida particular dos ‘outros’ não tem nada, mas dentro de seus domínios, isso não poderia passar batido… Pois é, batido ou não, o afastamento houve.

O futebol; e quando falo digo o esporte; é e muito ‘anti diversidade’. A máxima de que ‘futebol é coisa de macho’ nem mais clichê é, tornou se com  tempo regra inquestionável… Inquestionável? Sim, poucos ousam questionar…

Nessa maré de ‘machos e seu esporte de estimação’, não cabe o afeto ou até mesmo a brincadeira entre seus participantes, o único afeto aceito é entre os marmanjos e as camisas que vestem, ou as cores que veneram… Vale sim ir ao estádio e xingar, urrar, vibrar, gozar e até mesmo abraçar aquele ‘mano’ suado e fedido que esta do seu lado na hora do gol, tudo sem pudor algum simplesmente ‘por que aqui é Corinthians’ porra!’

No futebol não se sai do armário, não conheço um só jogador tenha feito isso. Alguns são arrancados a força, resistem, continuam suas carreiras, mas sempre são jogados aos leões. Né não Richarlyson?

O ‘videozinho’ que correu a internet, não encontrou eco nos grandes e poderosos clubes o Brasil e nem encontrará. O pequeno clube gaúcho tratou com ‘dedos’ o assunto tanto quanto todos tratam os desmandos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), os desvios de dinheiro da entidade, os escândalos de corrupção da Copa do Mundo do Brasil, as mutretas da FIFA e seus dirigentes. Este futebol de machos se omite.

Futebol não reserva espaços ou você é do ‘clube do Bolinha’ ou não é. Falar de inclusão num esporte que relega as mulheres a segundo plano já seria assunto mais que suficiente para falarmos sobre como é frágil este mundo futebolista. Não importa para dirigentes ou torcedores se temos Marta, uma das maiores jogadoras de ‘bola’ do mundo. Não importa se temos a Formiga, do alto de seus 39 anos, jogando com a camisa amarela. Os grandes e poderosos clubes do Brasil, somente por força de imposição, criaram times femininos. Ou criavam ou não recebiam verbas… Negócios, dinheiro… Hoje temos um campeonato brasileiro de clubes para as mulheres, mesmo que sem TV, mesmo que sem patrocínios, mesmo capenga para poder dizer que ‘TEMOS’.

A bola murcha do futebol dos machos começa com as mulheres,  por mais irônico que seja… Iniciar discussão então sobre gays no esporte, ahhhhhh isso serão outros 500…

A ‘brincadeirinha’ dos garotos, no vestiário do time gaúcho ainda ecoa pela internet, hoje ao jornal gaúcho Zero Hora, um dos envolvidos deu entrevista e entre defesas disse: “A gente é só brincalhão. Talvez até demais.” – “A gente tinha treinado, na boa. Era uma frescura no vestiário, estava cheio, todo mundo lá, não só nós três. Daí, um foi inventar de filmar, outro levou na brincadeira… Era zoeira mesmo.  Quem joga bola entendeu perfeitamente. Quem não joga levou para o outro lado”. Ok, tudo ainda ecoa mas logo, logo, acabará nos porões, como tantas e tantas histórias já contadas ao longo de mais de século de orgulho nacional. Né não Vampeta?

Não podemos mais negar ou nos omitir diante do progresso das relações humanas,  e o esporte não pode ficar fora dessa. Que fique o alerta aos desavisados, que o futebol não é nem nunca foi esse tal mundinho perfeito, onde os meninos apenas jogam bola. Ainda muito virá por ai e enquanto isso, LGBTs frequentam estádios, torcem para seus times e pelo menos durante 90 minutos, brincam de ser ‘machos. Né não Paulo Franco?

E.T for…? (home ou asilo)

Eu não ando concordando com nada nem ninguém… Tô chato pra dedéu… A Gretchen que me perdoe mas enquanto ‘todas’ acharam que ela ‘mitou’ naquele vídeo da Parry, eu achei uma bosta… Juro, me senti um E.T. Não estou sabendo lidar com o momento político do país, vejo coisas que ninguém vê, defendo ideias que ninguém concorda… Tô estranho. O Corinthians nadando de braçadas no brasileirão e eu afundando rodada a rodada no Cartola (pra quem não sabe é um joguinho virtual de ‘entendidos’ em futebol). Não estou sabendo lidar, quem sabe seja o feito das marés, inferno astral, não pera, faltam ainda 2 meses pro meu aniversário… Riscado inferno astral, próximo! kkk

No quesito trabalho, ando sem paciência, em casa ando sem paciência, na balada, não existem baladas para impacientes… Se me salvo, devo aos gatos; os de pelos; que me distraem e acalmam, fora isso, estou me construindo um E.T. –  Triste constatar? NÃO…

“Os homens são de Mare e é pra lá que eu vou” – NÃO de novo! A julgar pelo panorama geral das coisas, uma ‘homarada da porra’ não iria surtir um efeito desejado kkkkkkk. Além de chato, frio… Vai saber se não foi catimbó… Será?

E.T’s no filme pedem pra ir pra casa e no meu caso um asilo cairia bem, pelo menos por enquanto, ou não pois como bom libriano (chato) decisão não é o meu forte.

Eu não ando concordando com nada nem ninguém… Eu ando muito chato!

 

Apaixone-se! (vai que…)

Apaixone-se sempre! Apaixone-se, mesmo que seja pela sua própria voz ou pelos sons dos dias ou pela voz dele, sim, apaixonar-se por ‘ele’ vale a pena… Apaixone-se, uma, duas, três vezes por dia, não há limites pra paixões… Apaixone-se pela letra ‘daquela’ música e saia entoando “como pode ser gostar de alguém e esse alguém não ser seu…“*

Peça a Deus pra te lembrar todos os dias que “os melhores beijos serão seus“*. Apaixone-se pela calma de existir pois daqui pra ali, vai que a paixão te deixa bem. Apaixone-se.

Apaixone-se por ‘aquele’ proibido, mesmo que ele não saiba, sorria matreiro e ‘boa sorte’. Apaixone-se pela sua própria voz e quando a sua encontrar da dele, apaixone-se pelos dois; como eu, venho apaixonado desde ontem, querendo dançar com ele… Dançar com ele…

Apaixone-se, vai que…

Paulo Franco, sobre músicas, cantar e vozes…

*(trecho da música “Amado” de Vanessa da Mata e Marcelo Jeneci – Não conhece? Vá pro link!

Parada do Orgulho Gay: SIM SOMOS VISÍVEIS e damos lucro!

Micareta ou não… Parada ‘sem objetivos’ ou não… Não importa! O maior Gay Pride do mundo é o de São Paulo. A parada chegou onde chegou por que um dia se ousou tentar. Vinte anos depois, entre tantos ‘vai acabar’ e ‘sairá da Paulista’ é inegável dizer que muita coisa mudou, de anônimos nos tornamos visíveis, de esnobados à ter uma “fila’ de marcas querendo compartilhar o arco-iris… Nossa situação ainda chega a ser brutal, o Brasil é o pais que mais mata gays, lésbicas, travestis e transexuais no mundo. Relatos registrados em um universo que sabemos que impera o silêncio. Mas muita coisa mudou e o Orgulho Gay se estabeleceu como festejo oficial e receita privilegiada para a cidade de São Paulo.

Ir ou não pra parada é uma questão de consciência individual. Este ano eu não fui, mas milito nisso tudo desde a terceira edição. Em 1999, quando estive pela primeira vez na Paulista desfilando de mãos dadas com um namorado, éramos 35 mil, hoje 3 milhões. Desde 1997 tivemos muitos avanços sim, a visibilidade nos deu direitos importantes, conquistas que só a visibilidade poderia dar. Nos primórdios desse ‘Orgulho Gay’ a brasileira, marcas e seus produtos não ousariam se misturar, não haviam patrocínios, nem bandeirinhas multicoloridas brindando marca e orgulho… Nesse 2017, numa típica Paulista ensolarada (virou marca) nunca se viu tantas marcas e produtos mostrando apoio. Faço gosto em mencionar os nomes; propaganda voluntária e do bem; daqueles que mesmo que mercadologicamente espertos, tem consciência de que ser solidário agrega valor: Ambev, Coca Cola, Burguer King, Vicky, Vodca Absolut, UBER… Pois é, a muito pouco tempo nenhuma marca queria essa solidariedade e o motivo era simples, não queriam ser taxados de ‘produto de viado’… O que mudou? A resposta também é simples: SOMOS VISÍVEIS!

Sempre terei que ressaltar que a realidade LGBTS no Brasil ainda é brutal, mas a visibilidade adquirida com o mega evento paulistano é irrevogável. As conquistas com legislações próprias, projetos de cidadania e assistência, quebra de tabus e visibilidade em horário nobre de TV, lançaram os olhares aos gays de forma diferente. A homofobia ficou latente em um percentual da sociedade, a afronta velada passou a ser vista como preconceito, o religiosismo acirrando discussões, falta de efetividade do poder policial, várias situações que saíram das sombras para forçar uma ‘tomada de lado’, espécie de sair do armário daqueles que queriam tomar partido. A adesão vista nesse ano para a Parada é fruto desse engajamento, as marcas que citei, dentre outras que não mencionei, fazem parte desse time que resolveu aderir a essa visibilidade e muito antes e serem apenas ‘boazinha’ ou ‘cool’, essas marcas encaram a igualdade como fator importante de mercado. A Hamburgueria Americana não se incomoda nem um pouco em se tornar ponto de encontro de gays, não só por que seu faturamento irá agradecer mas sobre tudo por que sabe que gays são fieis as marcas que os tratam bem. A UBER que anda tão contestadas pelos taxistas é amplamente usada por gays, que sentem se satisfeitos com o tratamento, com a vanguarda… A empresa de carros por aplicativo sabe disso. A marca Skol não se tornará marca gay, mas gay bebe mais Skol da cerveja normal a todas as suas variações. A marca da AMBEV a muito tempo investe em eventos de música eletrônica, e sabe que gays são os maiores frequentadores. Todos já viram em propagandas de TV que os casais usados por muitas marcas já mudaram, marcas de perfumaria como Natura, O Boticário, magazines de roupas como C&A, Riachuelo já usam abertamente casais gays em seus anúncios. Oportunismo? Não, adequação.

O Brasil caminha a passos lentos no acolhimento aos LGBTS. Nosso censo demográfico ainda resiste em perguntar a orientação sexual de seus entrevistados. Não sabemos quantos somos, mas muitos sabem que existimos, clamamos por direitos, consumimos e isso; como já disse; é irrevogável.

Eu sigo discordando com aqueles que acham que a Parada Do Orgulho Gay de São Paulo perdeu a essência. Para muitos a justificativa de lutar por direitos já se perdeu  e que tudo não passa e uma grande micareta, eu acho que não. A luta foi plantada, germinou e agora o caule já virou árvore. Não é mais possível dar e dar sentidos a Parada, ela já tem o seu, cumpriu seu papel e cabe a nós, somente a nós, mantermos a diretriz e quem sabe ganharmos mais consciência política e de luta nos resto do anos após a folia do Pride.

A Parada Gay de São Paulo já nos fez VISÍVEIS e agora damos lucro!

parada19981999, 3ª edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, eramos 35 mil e o Tio Paulo estava lá!

 

 

Eu não mereço um namorado.

Nada de namorados e meu cupido sabe disso… Não que não hajam pretendentes ou que não sinta desejos ou não almejo alguém legal ou ainda que não sinta uma invejinha do climão do dia de hoje… Digamos que não mereço um namorado. Não se aposenta um cupido assim, dizendo: “Passe no RH e receba o que lhe devo…”, isso é algo que nem passa pela minha cabeça, mas receber alguém não é algo que mereça agora e o impedido sou EU.

Fazendo uma auto crítica bem honesta, EU não tenho condições de namorar agora. Não aprendi o suficiente sobre relacionamentos para querer namorar. Mesmo que tenha mudado muito em tantos anos, eu continuo um libriano ultra mega blaster independente, um tanto quanto orgulhoso ainda e as sucessivas tentativas recentes  me trouxeram a pouca disposição em dividir espaços. Prefiro fazer piadas nesse dia dos namorados que lamentar o lado direito da minha anda um tanto vazio.

Tirar o time de campo a vezes machuca, mas é assim mesmo, entre ralados aqui e outros ali, doloridos não viram feridas, ausências não tornam se mágoas e solidão é algo que minha mente não deixa sentir.

Quanto tempo isso durará? Não sei. Talvez dure pouco ou na pior das hipóteses pode ser que dure ainda muito tempo… Não é de tempo que falo, é de merecimento. Com profunda honestidade eu percebi que me falta esse atributo. Pode ser que haja por ai um rapaz pronto a me sorrir de volta, pode até ser que este já esteja merecendo um cara legal mas… (uó lembrar Roberto mas…) esse cara não sou eu agora!

Eu preciso aprender coisas ainda. Preciso saber dividir, preciso deixar o orgulho de lado, preciso aprender que acolhimento não significa obrigação. Aprender que necessito receber conceitos mas que não tenho que abrir mão dos meus para ser feliz… Eu necessito aprender a transmitir melhor que minha independência não significa indiferença… Eu não preciso aprender conceitos de amor, de beijos, de sexo ou de quanto é bom estar com alguém, preciso basicamente me comunicar melhor.

Dure o quanto durar, não tenho pressa, enquanto isso, meu amigo cupido fica a espera; com mira certeira; em algum lugar por ai, aguardando eu acenar…

Nada e namorados!