Apaixone-se! (vai que…)

Apaixone-se sempre! Apaixone-se, mesmo que seja pela sua própria voz ou pelos sons dos dias ou pela voz dele, sim, apaixonar-se por ‘ele’ vale a pena… Apaixone-se, uma, duas, três vezes por dia, não há limites pra paixões… Apaixone-se pela letra ‘daquela’ música e saia entoando “como pode ser gostar de alguém e esse alguém não ser seu…“*

Peça a Deus pra te lembrar todos os dias que “os melhores beijos serão seus“*. Apaixone-se pela calma de existir pois daqui pra ali, vai que a paixão te deixa bem. Apaixone-se.

Apaixone-se por ‘aquele’ proibido, mesmo que ele não saiba, sorria matreiro e ‘boa sorte’. Apaixone-se pela sua própria voz e quando a sua encontrar da dele, apaixone-se pelos dois; como eu, venho apaixonado desde ontem, querendo dançar com ele… Dançar com ele…

Apaixone-se, vai que…

Paulo Franco, sobre músicas, cantar e vozes…

*(trecho da música “Amado” de Vanessa da Mata e Marcelo Jeneci – Não conhece? Vá pro link!

Parada do Orgulho Gay: SIM SOMOS VISÍVEIS e damos lucro!

Micareta ou não… Parada ‘sem objetivos’ ou não… Não importa! O maior Gay Pride do mundo é o de São Paulo. A parada chegou onde chegou por que um dia se ousou tentar. Vinte anos depois, entre tantos ‘vai acabar’ e ‘sairá da Paulista’ é inegável dizer que muita coisa mudou, de anônimos nos tornamos visíveis, de esnobados à ter uma “fila’ de marcas querendo compartilhar o arco-iris… Nossa situação ainda chega a ser brutal, o Brasil é o pais que mais mata gays, lésbicas, travestis e transexuais no mundo. Relatos registrados em um universo que sabemos que impera o silêncio. Mas muita coisa mudou e o Orgulho Gay se estabeleceu como festejo oficial e receita privilegiada para a cidade de São Paulo.

Ir ou não pra parada é uma questão de consciência individual. Este ano eu não fui, mas milito nisso tudo desde a terceira edição. Em 1999, quando estive pela primeira vez na Paulista desfilando de mãos dadas com um namorado, éramos 35 mil, hoje 3 milhões. Desde 1997 tivemos muitos avanços sim, a visibilidade nos deu direitos importantes, conquistas que só a visibilidade poderia dar. Nos primórdios desse ‘Orgulho Gay’ a brasileira, marcas e seus produtos não ousariam se misturar, não haviam patrocínios, nem bandeirinhas multicoloridas brindando marca e orgulho… Nesse 2017, numa típica Paulista ensolarada (virou marca) nunca se viu tantas marcas e produtos mostrando apoio. Faço gosto em mencionar os nomes; propaganda voluntária e do bem; daqueles que mesmo que mercadologicamente espertos, tem consciência de que ser solidário agrega valor: Ambev, Coca Cola, Burguer King, Vicky, Vodca Absolut, UBER… Pois é, a muito pouco tempo nenhuma marca queria essa solidariedade e o motivo era simples, não queriam ser taxados de ‘produto de viado’… O que mudou? A resposta também é simples: SOMOS VISÍVEIS!

Sempre terei que ressaltar que a realidade LGBTS no Brasil ainda é brutal, mas a visibilidade adquirida com o mega evento paulistano é irrevogável. As conquistas com legislações próprias, projetos de cidadania e assistência, quebra de tabus e visibilidade em horário nobre de TV, lançaram os olhares aos gays de forma diferente. A homofobia ficou latente em um percentual da sociedade, a afronta velada passou a ser vista como preconceito, o religiosismo acirrando discussões, falta de efetividade do poder policial, várias situações que saíram das sombras para forçar uma ‘tomada de lado’, espécie de sair do armário daqueles que queriam tomar partido. A adesão vista nesse ano para a Parada é fruto desse engajamento, as marcas que citei, dentre outras que não mencionei, fazem parte desse time que resolveu aderir a essa visibilidade e muito antes e serem apenas ‘boazinha’ ou ‘cool’, essas marcas encaram a igualdade como fator importante de mercado. A Hamburgueria Americana não se incomoda nem um pouco em se tornar ponto de encontro de gays, não só por que seu faturamento irá agradecer mas sobre tudo por que sabe que gays são fieis as marcas que os tratam bem. A UBER que anda tão contestadas pelos taxistas é amplamente usada por gays, que sentem se satisfeitos com o tratamento, com a vanguarda… A empresa de carros por aplicativo sabe disso. A marca Skol não se tornará marca gay, mas gay bebe mais Skol da cerveja normal a todas as suas variações. A marca da AMBEV a muito tempo investe em eventos de música eletrônica, e sabe que gays são os maiores frequentadores. Todos já viram em propagandas de TV que os casais usados por muitas marcas já mudaram, marcas de perfumaria como Natura, O Boticário, magazines de roupas como C&A, Riachuelo já usam abertamente casais gays em seus anúncios. Oportunismo? Não, adequação.

O Brasil caminha a passos lentos no acolhimento aos LGBTS. Nosso censo demográfico ainda resiste em perguntar a orientação sexual de seus entrevistados. Não sabemos quantos somos, mas muitos sabem que existimos, clamamos por direitos, consumimos e isso; como já disse; é irrevogável.

Eu sigo discordando com aqueles que acham que a Parada Do Orgulho Gay de São Paulo perdeu a essência. Para muitos a justificativa de lutar por direitos já se perdeu  e que tudo não passa e uma grande micareta, eu acho que não. A luta foi plantada, germinou e agora o caule já virou árvore. Não é mais possível dar e dar sentidos a Parada, ela já tem o seu, cumpriu seu papel e cabe a nós, somente a nós, mantermos a diretriz e quem sabe ganharmos mais consciência política e de luta nos resto do anos após a folia do Pride.

A Parada Gay de São Paulo já nos fez VISÍVEIS e agora damos lucro!

parada19981999, 3ª edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, eramos 35 mil e o Tio Paulo estava lá!